quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Apenas o mesmo começo.


O vento jorrava a areia avermelhada da obra da prefeitura na avenida, e arrastava folhas recém caídas das árvores com galhos bamboliantes, envolvendo também meu corpo que se direcionava para casa passando pela passarela sob a avenida, que parecia cheia e vazia. Observei novamente a avenida e vi muito movimento, mas ao olhar o céu me deparei com uma nuvem chuvosa que sobrepunha tudo...
(Érica Rodrigues)


Somente eu havia percebido, ou ao menos observado; o resto seguia a corrente, frenéticamente formando o cheio, preenchendo o mundo. Eu representava o vazio, o meu caminho diferente, a minha percepção : era solitária.
Eu ansiava a chuva, aquela chuva espontânea poderia me seguir. Ela sim era verdadeiramente cheia. Mas a chuva hesitava, e as pessoas prosseguiam. Talvez o vazio estivesse em mim, eu é que não me adaptava. A pessoas todas estavam cheias, mesmo que de coisas vazias. E talvez por isso é que se pode sentir solidão em meio á um mar de gente.
Apenas a nuvem chuvosa e brava era realmente completa. Meu corpo é 70% água e talvez um dia eu seja como ela. Mas como ela continuou ali, eu fui sozinha para casa .

Ela me sobrepunha, e o vento me envolvia com folhas e terra.

(Dan Novachi) - http://beaultifulstrangerr.blogspot.com






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